quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Revolta da Vacina


Cássio Rafael Martins Santos                                      

Delimitação do tema: A participação social na revolta da vacina

Problematização: A resistência popular narrada na letra da música

Metodologia: Primeiramente deve-se trabalhar o contexto social e político no Rio de Janeiro, onde houve o movimento da vacina obrigatória com auxilio do material didático. Após os conhecimentos iniciais o professor utilizara de uma música (cançoneta), “Vacina Obrigatória” do interprete Mario Pinheiro juntamente com a letra encontrada no site de Franklin Martins no link http://www.franklinmartins.com.br/som_na_caixa_gravacao.php?titulo=vacina-obrigatoria. Em sala de aula e com auxílio de um dicionário o professor deve fazer um estudo inicial do vocabulário utilizado da época e também o significado de cançoneta. Feito esse exercício os alunos deverão interpretar e relacionar os termos, o contexto já visto anteriormente, juntamente com o sentido de resistência expressado na música, às vezes explícito, e muitas vezes, nas entrelinhas, mostrando a indignação e revolta diante do processo da vacina obrigatória.

Música

“Anda o povo acelerado com horror a palmatória
Por causa dessa lambança da vacina obrigatória
Os manatas da sabença estão teimando desta vez
Em meter o ferro a pulso bem no braço do freguês

E os doutores da higiene vão deitando logo a mão
Sem saber se o sujeito quer levar o ferro ou não
Seja moço ou seja velho, ou mulatinha que tem visgo
Homem sério, tudo, tudo leva ferro, que é servido.

Bem no braço do Zé povo, chega um tipo e logo vai
Enfiando aquele troço, a lanceta e tudo o mais
Mas a lei manda que o povo e o coitado do freguês
Vá gemendo na vacina ou então vá pro xadrez

Contam um caso sucedido que o negócio tudo logra
O doutor foi lá em casa vacinar a minha sogra
A velha como uma bicha teve um riso contrafeito
E peitou com o doutor bem na cara do sujeito

E quando o ferro foi entrando fez a velha uma careta
Teve mesmo um chilique eu vi a coisa preta
Mas eu disse pro doutor: vá furando até o cabo
Que a senhora minha sogra é levada dos diabos

Tem um casal de namorados que eu conheço a triste sina
Houve forte rebuliço só por causa da vacina
A moça que era inocente e um pouquinho adiantada
Quando foi para pretoria já estava vacinada

Eu não nesse arrastão sem fazer o meu barulho
Os doutores da ciência terão mesmo que ir no embrulho
Não embarco na canoa que a vacina me persegue
Vão meter ferro no boi ou nos diabos que os carregue.”[1]

Questionamentos:

1)       De que maneira o autor se expressa a respeito da Vacina Obrigatória na letra da música?
2)       O que a população pensava a respeito da vacina obrigatória?
3)       Qual a importância dessa música no contexto da época?
4)       Como as autoridades são retratadas na letra da música?
5)       A quem é destinada a crítica à vacina obrigatória?

Resultados: Espera-se que através dos estudos feitos como base para entender o contexto da época e da música o aluno possa interpretar, entender a forma de protesto, de resistência é feita também de outras maneiras, como na música que expressa nas entrelinhas ou explicitamente o descontentamento nesse período do início da república

Referência
Site – Franklin Martins. Disponível em:< http://www.franklinmartins.com.br/som_na_caixa_gravacao.php?titulo=vacina-obrigatoria> Acessado em 23/11/2012



[1] Interprete: Mario Pinheiro. Gênero: Cançoneta. Gravadora: Odeon.1904/1907.

* Trabalho da disciplina Prática de Ensino em HVI sob a orientação da professora Ana Eugênia Nunes de Andrade.