quarta-feira, 14 de agosto de 2013

DINÂMICAS DA CIDADE: O MERCADO MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE/MG (1970-2004)

FERNANDO HENRIQUE DO VALE
Universidade do Vale do Sapucaí/ Pouso Alegre/MG

ANA EUGÊNIA NUNES DE ANDRADE
Universidade do Vale do Sapucaí/ Pouso Alegre/MG; Pontifícia Universidade Católica/SP 

Resumo. No artigo indagamos o crescimento da cidade com a vinda de indústrias e novas tecnologias. Há um aumento populacional significativo, transformando assim as dinâmicas dos sujeitos sociais. Os discursos dos políticos enfatizam os aspectos econômicos. O Mercado passa por outra reforma, chamando a atenção de turistas e dos moradores da região. Com isso, as práticas culturais acabam sendo sufocadas em virtude de outros investimentos e interesses políticos, sendo que algumas ainda mantêm-se vivas em resistência às novas tendências do comércio.

Palavras-Chave: Industrialização. Mercado. Políticas Públicas.

A década de 70 fora marcada por mudanças no Brasil. Ao mesmo tempo em que a Ditadura Militar se tornava mais severa, através de repressões ditadas pelos Atos Institucionais. Os movimentos sociais lutaram pelo fim do regime, que começa a perder força nos anos 80. Industrialização e modernização são os artífices que os militares irão utilizar para tentar minimizar os atos de seus poderes discricionários e repressivos.
No campo da industrialização, durante o período do suposto “Milagre Econômico”, foram investidas nas cidades verbas para a criação e construção de pólos industriais. As pessoas começaram a sair do campo e as cidades “incharam, crescendo desordenadamente para o alto e para os lados” (HABERT, 2001, p 72). Porém, o denominado milagre não favoreceu a todos, sendo que a maior concentração de riqueza permaneceu nas mãos de poucos, e antes mesmo do final dos anos 70, é apresentado seu resultado:

A conta do “milagre” seria apresentada antes do final dos anos 70. O crescimento acelerado e dependente de poupança estrangeira fez a dívida externa triplicar naquele momento. No início os juros eram baixos. Os contratos, no entanto, previam taxas flutuantes. Quando elas subiram, a dívida externa disparou e, nos anos 80, tornou-se o principal problema da economia brasileira (PILAGALLO, 2004, p.77).

Neste contexto, a cidade de Pouso Alegre aos poucos vai crescendo economicamente. Ao mesmo tempo em que a cidade sofre um esvaziamento populacional, são instaladas as primeiras grandes empresas. De acordo com o censo desta época, a população era estimada em 38.072 habitantes. Assim como as demais cidades, “Pouso Alegre sofreu considerável esvaziamento populacional em virtude das correntes migratórias que demandavam São Paulo e Rio de Janeiro” (ARAÚJO, 2012, p. 28), tendo em vista que nas décadas anteriores havia taxa de crescimento populacional razoável, o que contribuiu para o sistema de urbanização. O processo de industrialização é “há um século e meio, o motor das transformações da sociedade” (LEFEBVRE, 2001, p. 11).
Ao vivenciar o contexto da industrialização, com a instalação de empresas, algumas multinacionais, e a criação de um Distrito Industrial para abrigá-las, notamos a vinda de pessoas de outras regiões, gerando um aumento populacional e, o espaço urbano, começa a assumir novos aspectos tanto paisagísticos, quanto até mesmo nas organizações políticas.
Nesta mesma época, são instaladas as primeiras grandes indústrias em Pouso Alegre, na administração do Dr. Breno José de Carvalho Coutinho[1] (ARENA). Começa-se a pensar na implantação de um “Distrito Industrial”, conseguindo a “inclusão como Pólo de Desenvolvimento junto a Companhia de Distritos Industriais” [2]. O governo estadual libera “financiamentos em longo prazo, para a aquisição de áreas” [3]. Já se faziam presentes a seguintes empresas: Refinações de Milho Brasil: indústria voltada para a produção dos derivados de milho (maisena, óleo, Maionese, etc; Campo Belo S/A: Produtores de doces de uma variedade de frutas, para consumo interno e exportação; Arcaro S/A: Produção de rodas. 
Entre as citadas, no discurso proferido pelo prefeito, encontramos outras indústrias que se instalariam com o apoio das propostas oferecidas pelo governo e pela cidade, como leis de incentivos fiscais, visitas feitas às indústrias e áreas cedidas aos empresários.
A cidade se movimenta e aos poucos suas dinâmicas vão se transformando. Já no final da década de 70, iniciam-se as obras de desvio do leito do Rio Mandu, para a implantação da futura Avenida Perimetral sendo concluída nos anos 80. Esta obra tida pelos políticos como monumental, por muitos foi criticada. 
Em “O Jornal da Cidade” nos deparamos com a seguinte notícia: “E, o velho Mandu está aterrado”. A princípio subentende-se que o veículo impresso criticaria a administração pela obra que estava sendo executada. No decorrer da matéria, focaliza-se o “aterro do velho Rio Mandu que foi desviado para que uma nova e magnífica avenida”[4] surgisse para aliviar a movimentação da região central da cidade. O que nos chama atenção no decorrer da notícia é que o jornal afirma sobre uma suposta valorização que o bairro São Geraldo estaria por receber com estas reformas. O que na realidade estaria muito longe de acontecer, por ser sempre propagada pela imprensa como uma região periférica e carente da cidade, por possuir vários problemas, entre eles a enchente. A obra do desvio do rio para a construção da Avenida Perimetral “acompanhando o progresso do populoso Bairro do Aterrado, junto à grande Avenida Vereador Antônio da Costa Rios (...) compreende o novo plano revolucionário” [5]. Este era o discurso do prefeito João Batista Rosa [6] (PFL), no intuito de favorecer o centro da cidade e de se promover na carreira política.
Com o abalo do Milagre Econômico a as eleições indiretas de João Batista de Figueiredo, o último militar no poder, a Ditadura vai decaindo e o Brasil retorna à democracia. Protestos como a Diretas Já tentam eleger representantes do povo de forma direta e não como estava ocorrendo no governo militar. Percebemos também na década de 80 que as atenções dos políticos estariam se voltando para a industrialização e o desenvolvimento de Pouso Alegre, no sentido também de construir sua carreira e deixar marcas de suas administrações na cidade.
A década de 80, em Pouso Alegre, se marca pela utilização da imagem de uma cidade próspera em obras, realizações e a vinda de novas indústrias multinacionais como no caso da Brasinca Ind. S/A, Sobral Invicta S/A e Latasa (Reynolds Metaes Company). Já no final desta década, a “população da cidade é calculada em 83.000 habitantes com uma população flutuante de 30.000 pessoas”. (ARAÚJO, 2012, p. 28).  
Com a chegada dos anos 90, o Brasil passa a viver o governo de seu primeiro presidente eleito de forma direta depois dos anos ditatoriais. Contudo, Fernando Collor de Melo, após dois anos no poder, sofre impeachment através de denúncias de irregularidades em seu governo. Assume o cargo, então, Itamar Franco, e em seu governo, em 1994, é colocado em prática o Plano Real desenvolvido pelo Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Devido ao sucesso deste plano, Cardoso é eleito presidente e permanece por dois mandatos, sendo reeleito em 1998 no primeiro turno. Durante este período, percebemos que governo se voltará para os aspectos econômicos, através de privatizações e a “garantia da estabilidade com juros elevados (...) mantida pelo seu sucessor, o presidente Lula”. (PILAGALLO, 2006, p. 88).
Diante de um aumento de fluxo populacional, visando também à necessidade da entrada e saída de pessoas da cidade, no início da década de 90, é inaugurado o novo Terminal Rodoviário e são iniciadas as obras de duplicação da Rodovia Fernão Dias, obras que atrairão mais pessoas para a cidade.
Ao iniciar o seu mandado, no ano de 1989, em uma coletiva feita pela imprensa, publicada pelo jornal O Município, pertencente ao executivo, o então prefeito Jair Siqueira[7] (PFL), ressalta a importância de estar em contato com a população. Contudo nos chama atenção quando se refere que “a sua maior obra é mudar a mentalidade, as ideias, para que se possam promover mudanças” [8]. Mediante a mudança de mentalidade, Jair ilude a população com seus grandes projetos de transformação e melhorias para a cidade. Porém, suas intenções seriam demarcar espaços e construir sua carreira política.
Através do balanço de seu primeiro ano de governo, o prefeito Jair Siqueira, no Jornal Tribuna Sul Mineira, aborda vários assuntos relativos ao município, destacando a questão do Plano Diretor da cidade e o Mercado Municipal.
Sendo aprovado em 1988, o prefeito buscou aplicá-lo já no início de sua administração. Contudo, o artigo que se refere ao “uso e ocupação do solo, segundo Siqueira, tornou-se inviável ao desenvolvimento do plano, que é um conjunto de leis que estabelece regras para o crescimento da cidade” [9]. Ao ler a coluna do jornal Tribuna Sul Mineira, percebemos que algumas prerrogativas do Plano não estavam em sintonia com o pensamento do atual prefeito, um olhar empreendedorista da cidade.
Com esta visão, o prefeito Jair Siqueira aponta as “Novas Idéias para o Mercado”. Em uma tentativa de mudar o local do Mercado, ele já dava seus primeiros passos para uma remodelação do centro da cidade. Neste sentido, ele utiliza de argumentos que iriam favorecer principalmente os comerciantes mais pobres, tendo em vista que suas intenções eram outras. O projeto, segundo Jair, “tinha-se a idéia de construir outro mercado com a participação dos atuais ocupantes dos boxes do atual” [10].
Com este projeto, os comerciantes não seriam mais permissionários e sim passariam a ser proprietários e a Prefeitura entraria com o terreno, recebendo “um percentual das lojas existentes e com essa verba os comerciantes mais pobres também teriam condições de adquirir um espaço no Mercado, através da ajuda de outros lojistas” [11]. Ao encerrar a matéria, o prefeito apresenta uma nova proposta em que consiste obter “uma licença do Governo Federal daquele armazém onde antigamente estava a Âncora Verlon e dali criar o novo Mercado” [12].
A proposta de mudança do local do Mercado ficou apenas no papel, o prefeito irá retomar a discussão no próximo mandato. Os permissionários se colocam contrários a derrubada do prédio e mais uma vez embora permeado pelos conflitos e disputas sociais, a edificação permanece instalada na área central da cidade desde o século XIX.
O segundo mandato (1993-1997) de João Batista Rosa (PFL) é marcado pelas grandes obras, frutos de um pensamento desenvolvimentista desta época. As vindas de novas indústrias e as execuções das obras da duplicação da Rodovia Fernão Dias deram continuidade ao processo de crescimento populacional, aglomerando-se na denominada região Sul da cidade. Em seu mandato também é construído e inaugurado o Estádio Municipal “Manduzão” o que seria considerado por muitos um elefante branco construído com o dinheiro público. Com seu olhar voltado para realizações que considerava de maior importância, o prefeito João Rosa procurava deixar um rastro de desenvolvimento, e assim como outros políticos que passaram pelo executivo em Pouso Alegre, procurou aproveitar dos momentos da política local para aos poucos traçando sua imagem para o cenário estadual e federal.
Aproximando-se o ano eleitoral, os adversários começam a levantar criticas ao governo em exercício. Uma delas torna-se percebida através do discurso higienista, que volta a ser discutido nessa época através da matéria “Transporte de carne ainda causa transtorno”. O alvo seria os “mangarefes” [13], que ao realizarem seus serviços de transporte de carnes, não conseguem muitas vezes desviar dos consumidores.
Outro problema detectado pelo jornal Sul das Geraes é que “a carne levada nas costas chega aos supermercados, açougues e mercado exposta a todo tipo de poeira, vento e sol” [14], prática considerada pelas pessoas como falta de asseio e higiene. Para muitos “a carne deveria ser transportada, embalada e não exposta como acontece nos dias de hoje” [15]. A mentalidade higienista impera no discurso da imprensa, o periódico aliado ao empresário e político Jair Siqueira ataca o adversário João Batista Rosa, criticando a gestão do atual prefeito frente  a falta de higiene com o transporte de carne na cidade, enfatizando na matéria o Mercado Municipal.
O jornal como porta-voz da sociedade sugere que “no Mercado Municipal a entrada para o carregamento de carne seja feito ao lado dos açougues, local este ocupado hoje por uma pastelaria que poderia ser transferida para outro ponto”[16] para facilitar o transporte das carnes e como também se evidencia na crítica sendo “possível evitar que a maioria dos fregueses do mercado acabe saindo constantemente com as roupas sujas de carne”[17] e para estabelecer também uma ordem no espaço urbano, tanto no quesito de movimento, quanto aos aspectos estéticos. Na visão dos açougues e outros estabelecimentos que comercializam a carne:

ela poderia vir embalada adequadamente em sacos plásticos, evitando ficar exposto ao tempo. Para ser contaminada por bactérias e vírus existentes no ar e na carne precisa apenas de exposição, por menor que seja [18].

Segundo a notícia veiculada no jornal Sul das Geraes, notamos que a maior preocupação das pessoas é com os riscos de contaminação. A imprensa chama a atenção das autoridades políticas para a questão da movimentação dos trabalhadores naquele espaço, no sentido de incomodar a população que por ali circula. No jornal estão expressas as forças enunciativas da instituição jornalística, que se apresenta como a voz da sociedade civil e ao mesmo tempo forças ideológicas de políticas adversárias, influenciando por diversas vezes no pensamento do ser humano. Torna-se claro que através desta matéria, o adversário político do prefeito Rosinha, frente a uma realidade vivida, apontaria os pontos fracos desta administração, prestes a se encerrar.
Em sua segunda gestão (1997-2000), o Prefeito Jair Siqueira (PPB) novamente ressalta seus planos de remodelar o centro de Pouso Alegre. No início do mandato, o jornal o Bandeirante publica o artigo “O Mercado está com os dias contados”. De acordo com o projeto do novo prédio as instalações deveriam ser transferidas para a “Avenida Perimetral, próximo a rotatória que dá acesso para o bairro São Geraldo (...) tendo mais movimento dos consumidores devido a sua localização” [19].
O poder público tenta convencer a população através de materias publicadas na imprensa que, com a construção de um novo prédio, as condições seriam mais funcionais e práticas para os trabalhadores e consumidores. O jornal levanta a questão patrimonial, quando enfatiza que Pouso Alegre tem poucos prédios ou lugares que marcam a sua história. O secretário de Infra-estrutura, Antonio Célio Rios, justifica  que “o Mercado já foi alterado, que o prédio não é o mesmo, tendo perdido muito de suas características”[20].  O espaço se torna um ponto marcante para a cidade. Ao se pensar na preservação desses espaços, devemos

Trazer a relação entre a cidade e a cultura como trabalho de muitos na constituição dos espaços e territórios urbanos, compreendendo que são as relações sociais desenvolvida na cidade que em última análise acabam por definir e delinear a paisagem urbana, a imagem da cidade. Ao mesmo tempo em que buscar essas imagens como impregnadas das memórias e de significações que se constroem, mas que também se modificam pelas experiências e vivências sociais posteriores, exprimindo diferentes temporalidades. Assim captar nessas relações instituídas, o entendimento de modos de viver, de morar, de lutar, de se divertir dos diferentes moradores, que com suas ações estão impregnando e constituindo a sua cultura urbana.  (FENELON, 1999, p. 6).

Ao observar este cuidado que as pessoas têm com o espaço, percebemos a forte relação que elas mantêm com a cidade, seus laços de pertencimento.  Isso nos permite refletir sobre a relação da cidade, seus espaços com seus moradores ou frequentadores tomando aquele espaço através de suas “(...) significações e nos atos de lembrar/viver (...) revelam a cidade nos sentimentos de pertencimento articulados aos territórios de suas vivências e experiências sociais”. (CALVO, 2006, p. 65).  
Na visão dos políticos, a ideia da mudança daquele espaço consistia em “tirar o grande fluxo de veículos do centro, principalmente da área do Mercado Municipal e Catedral” [21]. Como veremos as intenções eram outras. Ao continuar lendo a matéria, nos chama a atenção o fato de o prefeito Jair Siqueira estar pensando em reformular a Praça Senador José Bento, “através de um projeto que a tornaria um calçadão, do tipo Boulevard” [22].
Estas obras fariam parte de um grande plano que o prefeito estaria colocando em pauta para que seu nome se projetasse cada vez mais politicamente e que pudesse se perpetuar na cidade. Apenas a desapropriação de imóveis na Praça Senador Amaral para o alargamento da avenida fora realizada, mesmo contrariando as pessoas que residiam ou mantinham seus pontos comerciais naquele espaço, fazendo com que a Doutor Lisboa ficasse maior e melhor para o trânsito. Ao terminar a matéria, o jornal Bandeirante passa a afirmar que “com as novas obras, a Prefeitura pretende ter um anel viário em Pouso Alegre, ligando as vias de maior movimento, de todas as direções da cidade. É a cidade do ano dois mil” [23].
Aproveitando da situação, o então prefeito procura associar sua imagem com o novo milênio, procurando ressaltar em seu discurso um ciclo de desenvolvimento que levaria a cidade a abraçar o futuro. Com a leitura desta noticia, percebemos que a cidade, na visão de Jair Siqueira, neste momento, se resumiria apenas ao centro, pois as grandes obras do ano dois mil estariam sendo realizadas naquela região, favorecendo assim o espaço econômico e político, onde se concentram o comércio, os bancos, os poderes que regem a cidade e as famílias tradicionais. 
Contrariando a ideia do novo milênio, o cronista Urias de Paiva Neto publica na mesma edição uma coluna opinativa demonstrando sua insatisfação em nome da população de Pouso Alegre. As críticas se dirigem ao prefeito Jair Siqueira e aos seus projetos de reformular o centro da cidade. Em “Outra vez o Mercado”, Urias abre a discussão sobre a nova investida do executivo, em relação ao “prédio do Mercado Municipal, sua localização, tido por ele como inconveniente e prejudicial à circulação de veículos por ali, para configurar sua obsessão em fazer uma praça no lugar” [24].  Esta obsessão a que se refere parte no desejo do administrador em deixar marcas, “trazendo a intenção de serem lembradas pela sua ostentosidade, para com isso, marcarem, para a posteridade, a figura de sua pessoa, tal qual um Nabucodonosor[25], que marcava tudo em seu reino: ‘Eu sou Nabucodonosor’”[26]. Em um tom de ironia, Urias utiliza do espaço jornalístico para colocar seu ponto de vista sobre a questão, que na época, era a opinião de muitos pousoalegrenses que tinham com aquele espaço laços de pertencimento.
Ao se tratar diretamente do Mercado Municipal, o cronista aponta para a questão de enormes gastos em relação à construção de um novo prédio sem trazer nenhum benefício para os tradicionais mercadores, que certamente “não vão se arriscar em uma aventura só por que o Prefeito quer aparecer”. E, ainda, aponta que órgãos públicos como a Câmara Municipal “poderá ter uma responsabilidade muito grande em tal decisão, que ao se concretizar, será um Mercado às moscas, morto, sem movimento e nem como tal poderá ser tido” [27].
Ao falar da movimentação, Urias nos chama atenção para o fato de que a descentralização deste ponto de encontro de sociabilidade ocasionaria a perda de frequentadores, que muitas das vezes estando no centro, param ali para conversar ou comprar alguma coisa. Ao encerrar suas críticas, nos deixa claro que a “praça dos sonhos do prefeito” será apenas uma nesga[28] de terrenos, sendo a “continuidade do que existe na Praça Duque de Caxias e será ocupada por barracas, tendas de pequenos comércio, as de lanche inclusive: será a continuidade da feiúra da praça existente”[29]. Entretanto, o prefeito e sua administração deveriam dar atenção a outros problemas existentes na cidade, como ruas esburacadas, calçamentos antigos, tratamento de esgoto entre outras. “Isso não marca administração; obras faraônicas, sim e faz lembrar um velho ditado e aplicável: Pouso Alegre, ‘por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento” [30].
A preocupação, neste sentido, seria mais uma vez com o embelezamento e aspectos funcionais da região central da cidade, sendo que as outras regiões, principalmente, as periféricas, necessitavam de obras e de uma maior atenção. Enquanto isso, imagem do centro se torna mais uma vez o cartão postal de toda a cidade.
 Os planos da retirada do prédio do Mercado Municipal do centro da cidade irão perpassar o ano 2000, até os últimos dias do segundo mandato de Jair Siqueira. O perfil do político é traçado pelo Jornal “O Progresso”: “Não é um homem popular. Não é visto nos bairros mais humildes. Não se vê o prefeito andando pelas ruas da cidade (...) [31] nos passando a ideia, neste trecho, que o representante da cidade não conhece as necessidades do povo e do espaço, por não estar em contato direto com a cidade. Apenas estar exercendo uma função de seu trabalho.
Nos primeiros meses do ano 2000, de uma vez por todas, os comerciantes desaprovam a mudança do prédio. Conforme noticiado no jornal “O Tempo de Pouso Alegre”, favorável ao candidato Enéas Chiarinni (PMDB), que circulou apenas no período das eleições municipais, a provável localização do Mercado se torna rejeitada pela maioria dos comerciantes que estavam revoltados com a possível mudança para um local afastado do centro da cidade.
Este novo endereço “teria suas proximidades da Avenida Dique, local que, segundo os comerciantes, sofre inundações com as chuvas e dificulta o acesso aos clientes necessitando de condução” [32], e se as vendas estavam fracas na época, ficariam ainda piores com a dificuldade de acesso. Apesar de estarem em dia com as taxas municipais, os comerciantes e o próprio prédio necessitam de mais atenção do governo público, visto não terem, pois o prédio sempre foi objeto de outros interesses. 

A população que mais sofre com este déficit de planejamento urbano é a de menor poder aquisitivo, pois, na sociedade capitalista, como não poderia ser diferente, o espaço urbano é considerado uma mercadoria, e neste caso possui um valor de troca. (ANDRADE, 2012, p. 4).

O espaço do Mercado Municipal, a partir da administração de Enéas Chiarini[33], passará a assumir outro sentido. Já não se falará mais de remoção do prédio, e sim, em valorização daquele lugar, como patrimônio da cidade voltado ao turismo, confirmando assim que “preserva-se em atendimento às exigências do turismo, a grande indústria moderna que maneja quantias incríveis (...) definidoras de peculiaridades regionais aptas a estar sempre despertando a curiosidade (...)” (LEMOS, 1985, p. 30) dos visitantes. O interesse se estabelece através da economia local assim ligada ao comércio, que se dá através das pessoas, “suas tradições e costumes do dia-a-dia; em seu patrimônio; nos produtos de sua cultura material e imaterial”. (YAZIGI, 2009, p. 13).
Nos primeiros dias de seu mandato, Enéas, através do Jornal “Gente em Ação”, expõe “Novos Projetos para melhorar o ‘Mercadão’”. Em seu projeto, visa a atração de turistas pela diversidade de artigos vendidos no local. Segundo ele, “é projeto nosso valorizar o Mercado Municipal, deixando-o mais agradável para todos que dele se utilizam” [34].
Diferentemente da administração anterior, preocupada com aspectos urbanísticos e estruturais da cidade, esta visava uma política de cunho econômico. Ao reformar o Mercado, ao torná-lo um ponto atrativo para as pessoas e os turistas, o comércio iria se fortalecer e a cidade estaria caminhando aos poucos ao sistema turístico. O Jornal Gente em Ação ainda ressalta que os turistas buscam adquirir, no Mercado, o artesanato, produtos comestíveis, e também artigos como fumo de rolo, palha, esponja de bucha, varas de pesca e outros.
Com intuito de receber melhor o turista, assim afirmava o secretário de Agricultura e Abastecimento da época, Walter Modesto, que “estão previstas obras como reforma de sanitários, troca de pisos, pintura do prédio e revisão de toda a parte elétrica” [35]. Estas seriam estratégias de marketing, ou seja, táticas para atrair as pessoas para o espaço. Um dos comerciantes, em depoimento ao “Jornal do Estado”, afirma que “as vendas deste ano cresceram em média 30%, em relação a 2002” [36] sendo que os principais consumidores são turistas vindos do estado de São Paulo em busca de queijos e doces caseiros. Neste sentido, percebemos que o turismo

(...) acompanha as transformações do fenômeno capitalista. Nas últimas décadas, a busca pela qualidade de vida, pelo prazer, pela sensação de liberdade, pela valorização das diferenças culturais que caracterizam o “estilo de vida” da sociedade vem desencadeando profundas mudanças nas práticas tradicionais do turismo. (SOUZA, 2005, p. 54-55).

Se antes tínhamos um turismo mais voltado para praias, montanhas, lugares exóticos, hoje          percebemos que as pessoas dos grandes centros são atraídas para as cidades do interior, onde encontram fugas do movimento frenético da cidade grande. Acompanhado dessa busca de descanso, está à busca pela cultura e as práticas daquele determinado lugar, ou seja, produtos artesanais e alimentícios. No caso da cidade de Pouso Alegre, tais produtos são encontrados no Mercado Municipal, onde as práticas e o comércio são passados de pais para filhos.
Com a ideia de se revitalizar o prédio do Mercado Municipal, dando aspectos modernos ao mesmo, surge em conjunto a concepção de um novo shopping para Pouso Alegre. Assim era estampado nas páginas do “Jornal do Estado” no início do ano de 2004: “O Mercado Municipal de Pouso Alegre, em breve, um novo shopping para o Sul de Minas, com arquitetura Moderna, aplicação de materiais de última geração e alta tecnologia” [37].  As valorizações deste espaço e de suas práticas culturais como um bem patrimonial da cidade se tornam objetos de puro interesse desta administração. A revitalização do prédio nos leva a entender que

(...) os monumentos e o patrimônio histórico adquirem uma dupla função- obras que propiciam saber e prazer, postas à disposição de todos; mas também produtos culturais, fabricados, empacotados e distribuídos para serem consumidos. (CHOAY, 2001, p. 210). 

Neste período, perceberemos assim os jogos de interesses da administração pública, da empresa responsável pelas obras do prédio e do órgão de imprensa que veiculará as propagandas do projeto Mercado como um novo Shopping para Pouso Alegre sendo de propriedade da família Foch, um grupo de construtores e diretores do referido órgão impresso da cidade.
No decorrer da reforma, o secretário de Planejamento Urbano da época, arquiteto Ricardo Galvão Lima, é entrevistado pelo “Jornal do Estado” avaliando as obras do Mercado. Neste momento, se refere ao prazo de entrega da revitalização e aborda os benefícios que as obras trariam para a cidade. Segundo Galvão, “as reformas visam além da melhoria da qualidade dos serviços prestados nesse espaço público, a preservação da memória cultural que o Mercado simboliza na evolução histórica da cidade” [38], e que classificar um edifício público como Patrimônio Histórico “não se refere apenas à sua arquitetura, mas também à sua importância como referencial para a população” [39]. E, mesmo sendo, muitas vezes taxado como “atrasado, acanhado, debilitado, feio, sujo, inconveniente, se mantém vivo e ativo no centro da cidade” [40]. Através destas afirmações, percebemos outro jogo de interesse da administração vigente: manter o prédio no mesmo espaço. Mesmo que não tenha sido tombado oficialmente como Patrimônio Histórico e Cultural da cidade, estreitou laços de pertencimento na vida da cidade e na vida daqueles que ali residem.
O arquiteto também critica a administração passada através do “projeto de construção do Novo Mercado Municipal” nas imediações da Avenida Perimetral. Em sua concepção, foi “desenvolvido por pessoas sem nenhuma formação técnica ou acadêmica” fazendo parte de projetos que foram engavetados, e sim “obras criminosas, heranças deixadas para a atual administração” [41]. As críticas apresentadas pelo engenheiro à administração passada vêm a reforçar ou promover à atual, tendo em vista a continuação no poder. Outro veículo impresso de Pouso Alegre irá publicar uma matéria mostrando outro lado deste período da reforma. A chamada “Reforma do Mercado Municipal gera polêmica: a obra divide os comerciantes e já causou até brigas entre donos de jornais”. Tomamos conhecimento da divergência de opiniões na cidade entre a demolição do prédio e a reforma do mesmo. São duas linhas políticas que ainda atuam fortemente na cidade, dividindo assim até mesmo a população. Porém, o que mais chama atenção neste mesmo artigo é a discussão dos donos de dois jornais da cidade, “O Bandeirante, Stella Cobra, e o Jornal do Estado, Sebastião Foch, também proprietário da empreiteira ‘Real Minas’, que realiza a obra” [42]. Segundo a matéria, Stella Cobra fazia uma matéria jornalística sobre os trabalhos no local, quando foi abordada por Foch que passou a xingá-la. O caso foi registrado na delegacia. Os dois não quiseram falar sobre o assunto. Através do ocorrido, percebemos a rivalidade política entre os donos dos dois órgãos impressos como também o monopólio do “Jornal do Estado” em noticiar aquilo que estavam construindo como também o projeto que desejam implantar na cidade.
Os efeitos da reforma alteraram totalmente seus aspectos externos, “buscando trazer elementos fundamentais dos dois antigos prédios trazendo elementos marcantes e característicos de sua arquitetura” (MELLO, 2011, p. 38) em um tom pós-moderno. Notamos a presença de azulejos em todo seu entorno, principalmente acompanhando as janelas grandes voltadas para praça central, dando assim um aspecto moderno chamando atenção daqueles que por ali passam. Neste sentido,

A sociedade capitalista se apresenta como sociedade do espetáculo, tal qual definiu Debord. Importa mais do que tudo a imagem, a aparência, a exibição. A ostentação do consumo vale mais que o próprio consumo. O reino do capital fictício atinge o máximo de amplitude ao exigir que a vida se torne ficção da vida. A alienação do ser toma o lugar do próprio ser. A aparência se impõe por cima da existência. Parecer é mais importante que ser. (GORENDER, 1999, p. 125).

No interior do Mercado, percebemos que as práticas sociais que sempre estiveram presentes continuam sobrevivendo ao novo e ao moderno que aos poucos vai se instalando. O que nos chama a atenção é a variedade de produtos que compartilham o mesmo espaço em boxes ou estabelecimentos comerciais passando de geração em geração. Isso se dá através do hibridismo (CANCLINI, 2006, p. 283-350), ou seja, através da relação de uma cultura com a outra e, também, com a mescla, cujo encontro resulta de várias culturas, gera uma fusão, interagindo em um mesmo espaço. Trata-se também de uma forma de sobrevivência.

Mesmo quando o grupo passa por um processo de transformação, ele se adapta a nova situação guardando seus costumes tradicionais, sem adotar costumes que poderiam ser compartilhados com elementos de outros grupos, ou dos grupos com que passam a estar em contato. (COHEN , 1974, p. 124).

Mesmo com as rápidas mudanças que o mundo vem sofrendo através, dos avanços tecnológicos, há uma grande procura por produtos artesanais e até mesmo caseiros, como meros objetos destinados para enfeites ou até mesmo para aguçar o paladar. Atualmente, 70% dos boxes que se encontram no espaço do Mercado Municipal são destinados à alimentação, um restaurante que serve almoço diariamente, como também alguns bares ou butecos que servem vários tira-gostos como torresmo, chouriço, pé de porco, joellho, costela de boi, peixe frito e o tradicional pastel de farinha de milho.
Entre queijos de diversos tipos e marcas, encontram-se cachaças artesanais e industriais, diversos tipos de molhos de pimenta, doces caseiros e pasta ou grandes barras de goiabada cascão, bolachas de nata, gêneros que muitas vezes não são encontrados em supermercados. Além do comércio gastronômico, encontramos grande variedade em frutas, legumes e verduras que são vendidos diariamente, de domingo a domingo. Chama-nos a atenção também a presença de dois boxes destinados à venda de produtos para umbanda. Nele podem ser encontradas imagens, velas de diversas cores, incensos, rituais entre outros. Divide seu espaço com a venda de fogos de artifícios e uma tabacaria variada. Nela são vendidos também cachimbos, fumo de corda e os tradicionais cigarros de palha, produzidos em Pouso Alegre e em outras regiões.
Com a última revitalização do prédio, surgem práticas comerciais voltadas para a questão do turismo. A imagem, no entanto, se torna de suma importância para a divulgação de um espaço e seu produto, principalmente, quando a tendência é torná-lo turístico.  No interior do Mercado, notaremos certos aspectos que nos dão a ideia de um shopping.
Em 2004, o Jornal do Estado enfocará o “Projeto Mercashopping”, ação esta proposta pela Prefeitura Municipal em parceria com o Clube de Vendas e com fundo publicitário da empresa do mesmo Jornal. Neste intuito, o jornal realizou algumas reportagens sobre a inovação feita no Mercado que contribuiu para ser uma atração turística da cidade.
Segundo informações do artigo feito, “os comerciantes estão motivados com o aumento das vendas após a revitalização do prédio, que corresponde de 30 a 50% (...) contribuindo com a lucratividade dos lojistas” [43] e também com a da classe empresarial interessada, ganhando mais que os próprios donos dos estabelecimentos. O planejamento consistiria também em parceria com alguns hotéis da cidade, trabalhando para a “atração de turistas, como é o caso do Hotel Maracanã, que contrata o trenzinho da alegria para levarem os visitantes a conhecerem a cidade e principalmente o Mercado” [44]. A partir disso podemos dizer que o turismo passa a ser

(...) uma atividade que perpassa todas as esferas da sociedade, envolvendo a economia, a educação, os transportes, as comunicações. É um fenômeno com consequências sociais, culturais, políticas que se tornou um direito e um desejo de todos os cidadãos e, como tal objeto de consumo do mundo globalizado. (SOUZA, 2005, p.11).

Levamos em conta também que a atividade turística, além de ser um produto de interesse de alguns, fortalece a imagem da cultura. Todavia contribui para a modificação da paisagem local. Tomamos assim nosso objeto de pesquisa e percebemos que durante o tempo aquele espaço fora modificado.
Durante o desenvolvimento desta pesquisa, pudemos perceber que o crescimento da cidade e o aumento populacional se deram com a instalação de empresas, com a duplicação da Rodovia Fernão Dias. Com este crescimento, espaços foram modificados, muitas vezes contra a vontade daqueles que possuíam um laço de pertencimento com a cidade. Os políticos, através de grandes obras, procuraram deixar suas marcas, muitos tendo a oportunidade de crescerem ainda mais em suas carreiras.
Neste sentido, o Mercado Municipal de Pouso Alegre passa por mais uma revitalização, sendo mais uma vez descaracterizado em função de políticas voltadas para seus interesses próprios. Assumindo a proposta de uma arquitetura moderna, chama a atenção daqueles que passam naquele espaço, principalmente das pessoas que visitam a cidade. Ao entramos no espaço do Mercado, percebemos que algumas práticas culturais assumem uma nova roupagem em virtude do turismo, enquanto outras acabam sendo sufocadas ou até mesmo lutam para se manter vivas perante uma nova dinâmica comercial que aos poucos vai ganhando mais espaço.
A partir das leituras dos jornais, perceberemos discursos voltados para aspectos econômicos e organizacionais da cidade, nos quais cada prefeito buscará deixar sua marca quer seja em obras executadas quer seja em projetos idealizados. A preocupação com a imagem da cidade se torna mais uma vez uma constante, porém, assumindo um novo aspecto, no intuito de inseri-la no cenário nacional priorizando a questão do turismo.
Apesar dos diferentes interesses políticos, o Mercado Municipal permanece no mesmo lugar, até os dias atuais. Podemos considerar neste movimento da história, que o Mercado constitui um bem patrimonial da cidade, mesmo sendo de caráter imaterial[45], constituído pelas práticas, culturas, saberes e viveres que se entrelaçam e formam a identidade e as memórias de Pouso Alegre e região.

Referências bibliográficas

ANDRADE, Alexandre Carvalho de. et al. Dinâmicas intraurbanas em Pouso Alegre: As relações entre crescimento populacional, ocupação social e impactos socioambientais em uma cidade média. In: DOMINGUES, Andrea Silva; ANDRADE, Alexandre Carvalho de; ESPINDOLA, Elizabete Maria. Pouso Alegre: Múltiplos Olhares. São Paulo: Vale dos Livros, 2012.

ARAÚJO, Alexandre de; etall. Histórias de Pouso Alegre: Museu Histórico Municipal Tuany Toledo. Pouso Alegre, 2012.

BENJAMIN, Walter. Paris do segundo Império - A boêmia; Flâuner; A modernidade, 1ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989.

BURKE, Peter. A Escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, 1992.

CALVO, Célia Rocha. Uma Praça, numa cidade: patrimônio histórico e cidade cultural. Outras Histórias: Memórias e Linguagens. São Paulo: Editora Olho d’Água, 2006.

CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 2006.

CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

COHEN, Abner. O homem bidimensional. Rio de janeiro: Zahar, 1974.

DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Trad. Estela dos Santos Abreu. RJ: Contraponto, 1997.

FENELON, Déa Ribeiro. Cidades. Pesquisa em História. Pesquisa em História. Programas de Estudos Pós- graduados em história da PUC-SP. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1999.

GORENDER, Jacob. Marxismo sem utopias. São Paulo: Ática, 1999. 

HABERT, Nadine. A Década de 70: Apogeu e crise da ditadura militar brasileira. São Paulo: Editora Ática, 2001.

KHOURY, Yara Aun, etall. Outras Histórias: Memórias e Linguagens. São Paulo: Editora Olho d’Água, 2006.

LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001.

LEMOS, Carlos A. C. O que é Patrimônio Histórico? São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

MARTINS, Ana Luiza. A invenção e/ou eleição dos símbolos urbanos:história e memória da cidade paulista. In: BRESCIANI, Stella (org). Imagens da cidade: século XIX e XX. ANPUH, São Paulo: FAPESP, 1994.

MELLO, Rogério Stokler de. Dossiê de tombamento do Mercado Municipal de Pouso Alegre. Belo Horizonte: MGTM Ltda, 2011.

PILAGALLO, Oscar. A História do Brasil no século 20: (1960-1980). São Paulo: Publifolha, 2004.

_________________. A História do Brasil no século 20: 1980-2000. São Paulo: Publifolha, 2006.

POSSAMAI, Zita Rosane. Metáforas visuais da cidade. Revista Urbana, ano 2, n. 2, CIEC, Campinas: UNICAMP, 2007.

SOUZA, Magda Viana de. “Reinvenção das tradições” e promoção do turismo: Estratégias diferenciadas de mercantilização da identidade cultural- Os casos de Nova Petrópolis e São Francisco de Paula no Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005.

YÁZIGI, Eduardo.  To be or not to be: Sobre o autêntico e o falsificado nas construções do turismo. Revista de Cultura e Turismo. Universidade Estadual de Santa Cruz, ano 03, nº03, junho/2009.




[1]Nascido em Pouso Alegre 13/04/1919, atuou como Prefeito de Pouso Alegre de 31/01/1971 a 31/01/1973. Faleceu em 01/10/2004. 
[2] Discurso do Término de Mandato do Dr. Breno Coutinho, disponível no Acervo do MHMTT.
[3] Idem.
[4] Jornal da Cidade, 01/06/1980, ano I, nº7, p. 03.
[5] Idem.
[6]Nascido em Estiva em 11/06/1933. Atuou como Prefeito em Pouso Alegre nos seguintes mandatos: 31/01/1977 a 13/05/1982, quando se retira para candidatar-se a Deputado Estadual. Retorna a Prefeitura e, 01/01/1993 a 01/01/1997.
[7]Nascido em Paulistas- MG, em 30/06/1936, esteve a frente da cidade em 3 legislaturas: 1989-1992; 1997-2000; 2005-2008. Em 1994 foi Eleito Deputado Federal até o ano de 1996, quando renuncia para disputar as eleições para Prefeito.
[8] O Município, 03/04/1989, ano IV, n°52, capa.
[9] Tribuna Sul Mineira, 16/12/1990, ano I, nº7, p. 03.
[10] Tribuna Sul Mineira, 16/12/1990, ano I, nº7, p. 03.
[11] Idem.
[12] Ibd.
[13]Termo popularmente utilizado ao se referir às pessoas que transportam nas costas as partes dianteiras dos animais abatidos nos matadouros.
[14] Sul das Geraes, 26/07/1996, ano 11, nº654, p.3.
[15]Idem.
[16] Sul das Geraes, 26/07/1996, ano 11, nº654, p.3.
[17] Idem.  
[18] Ibd.
[19] O Bandeirante, 11/10/1997, ano II, nº89, capa.
[20] Idem, p.03
[21] O Bandeirante, 11/10/1997, ano II, nº 89, p. 03.
[22] Idem.
[23] Ibd.
[24] Ibd. 
[25] Foi o quarto rei da Segunda Dinastia de Isin e Quarta Dinastia da Babilônia. Ele governou por 23 anos de acordo com a Lista de Reis da Babilônia, e foi o monarca mais proeminente desta dinastia. Realizou grandes construções deixando sua marca.
[26] Idem.
[27] Ibd.
[28] Pequena porção de terra.
[29] O Bandeirante, 11/10/1997, ano II, nº 89, p. 02.
[30] Idem.
[31] O Progresso, 13/03/1998, ano III, nº114, p. 03.
[32] O Tempo de Pouso Alegre, 07/04/2000, ano 1, nº25, p.09. 
[33]Nascido em Pouso Alegre em 24/11/1946.  Exerceu o cargo de Prefeito durante os anos de 2001 a 2004.
[34]Gente em Ação, 10/08/2001, ano 3, nº97, p.11.
[35]Ibdem.
[36] Jornal do Estado, 28/11/2003, ano 18, nº861, p.11.
[37] Jornal do Estado, 20/02/2004, ano 18, nº872, p. 15.
[38] Jornal do Estado, 20/02/2004, ano 18, nº872, p. 15.
[39] Idem. 
[40] Ibd.
[41] Ibd.
[42] Diário do Sapucaí, 02/04/2004, nº68, p. 03.
[43] Jornal do Estado, 24/09/2004, ano 18, nº 962, p.4.
[44] Idem.
[45]Transmitido de geração para geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. In: MELLO, Rogério Stokler de. Dossiê de tombamento do Mercado Municipal de Pouso Alegre. Belo Horizonte: MGTM Ltda, 2011, p.73.